Caatinga e Pantanal
Caatinga
O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa mata
branca. Esta área ocupa 11% do território brasileiro e representa 6,93% do
território nacional. Considerado o principal ecossistema existente na Região
Nordeste, predomina no Sertão e engloba mais de 70% dessa região estendendo-se
pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.
O clima da caatinga é semi-árido. A ocorrência de poucas chuvas é
responsável por período de secas, que trazem conseqüências para alguns rios
que se tornam intermitentes – temporários -, como também para o tipo de
vegetação - sem folhas. É uma área com o menor índice pluviométrico. Nos curtos
períodos das chuvas as folhagens das plantas voltam a brotar. Entretanto a
Caatinga apresenta uma grande variedade de paisagens, com uma riqueza endêmica
e biológica.
Devido ao seu clima tropical e semi-árido, a Caatinga sofre pela
ausência de água e sua vegetação possui características xerofíticas. Existe
também uma grande quantidade de plantas espinhosas, entremeadas de outras espécies
como as bromeliáceas e as cactáceas.
O tipo de vegetação da Caatinga enquadra-se nas formações arbustivas;
ou seja, pequenas árvores e arbustos de pequeno e médio porte de forma espaçada
com a presença de cactáceas.
A vegetação desse ecossistema adaptou-se à escassez de água, por
isso perdem as folhas e como conseqüência há uma diminuição da evaporação. Outra
característica adaptativa dessa vegetação são suas raízes ramificadas e
profundas que buscam a água no período das chuvas. Já os solos são áridos, e
pedregosos.
Principais impactos ambientais
Os principais impactos ambientais sofridos pela Caatinga são
decorrentes da extração de madeira, da monocultura da cana-de-açúcar e da
pecuária. Historicamente a origem desses impactos está nas atividades
promovidas pelos grandes proprietários de terra que promoveram a exploração
econômica do Sertão nordestino.
Esses grandes latifundiários são responsabilizados pela degradação
dessa área, pois suas atividades contribuem para o desmatamento da vegetação
original; serve-se do monopólio do uso dos açudes para conseguirem irrigar
suas terras, especialmente com as águas do Rio São Francisco, não obedecendo às
regras de proteção ao meio ambiente. Os impactos devastadores dessas
intervenções é o surgimento da salinização do solo e do assoreamento dos
reservatórios, provocando dessa forma um acelerado processo de desertificação
dessa região.
Para o ecossistema, o desmatamento e as queimadas - práticas ainda
comuns no preparo da terra para a agropecuária -, além de destruir a cobertura
vegetal, prejudicam a existência de populações da fauna silvestre, da qualidade
da água, do equilíbrio climático e a ‘saúde’ do solo.
Pantanal
Esse ecossistema está localizado na região Centro-Oeste, ocupando
áreas do estado do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.
A região do Pantanal apresenta uma diversidade de ecossistemas
aquáticos e semi-aquáticos. Ali se encontra uma reunião total das espécies de
quase todos os ecossistemas do território brasileiro (cerrados, florestas,
caatinga).
No Pantanal, seus ecossistemas estão cobertos predominantemente
por vegetações abertas, ou seja, os chamados campos limpos e campos sujos, os
cerrados e os cerradões. Esses tipos são principalmente determinados por
fatores do solo e do clima.
A área inundável do Pantanal representa uma das regiões úmidas
mais importantes do continente sul americano. Há planícies de baixa, de média
de e alta inundação e são nesses ambientes, que ocorrem inundações
periodicamente, onde há uma alta produtividade biológica, uma grande densidade
e uma fauna com grande diversidade.
O Fundo Mundial para a Natureza ou WWF (ONG ambientalista, com
sede na Suíça) chama a atenção para a situação, onde 80% da vegetação original,
já não existe e a depredação desse ecossistema compromete uma das reservas mais
importantes de água doce do planeta e o equilíbrio climático, além do que essa
área é responsável pela estabilização do clima no continente.
Principais impactos ambientais
Historicamente as atividades econômicas no Pantanal somente foram
possíveis devido à conquista e o aniquilamento dos índios guatós e guaicurus
promovidas por sertanistas. Foi desse modo que se implantou a pecuária na
planície inundável. Essa atividade se transformou em uma economia permanente e
estável, passando a representar um papel importante no abastecimento de carne
bovina tanto para outros estados brasileiros como para outros países.
Podemos listar como atividades impactantes sobre o ecossistema do
Pantanal: a agropecuária predatória; o garimpo de ouro e diamantes; a caça e a
pesca predatória; a construção de rodovias e hidroelétricas sem qualquer responsabilidade
e consciência ecológica e o turismo irresponsável.
Dentre as conseqüências da agropecuária predatória, podemos citar
o desmatamento de extensas áreas do planalto e as queimadas. Essas ações são
realizadas para a implantação das lavouras de soja, de arroz, e das pastagens.
As formas de manejo das lavouras, por exemplo, resultaram, dentre outros
fatores, na erosão de solos e no aumento importante da carga de partículas
sedimentáveis dos vários rios existentes nessa região, agravando também o
problema da contaminação desses rios com fertilizantes e biocidas.
O garimpo, por sua vez, foi o responsável pelo assoreamento e
contaminação dos rios e córregos, com mercúrio, comprometendo com isso a
produtividade biológica.
Quanto ao processo de crescimento populacional, enquanto as
cidades pantaneiras não apresentaram um significativo número de crescimento,
as cidades do planalto, apresentaram um acelerado padrão do crescimento urbano.
Esse crescimento populacional é apontado como uma das causas dos impactos
ambientais devido à falta de um planejamento para uma infra-estrutura adequada.
Assim, com o crescimento acelerado de algumas cidades, surgem problemas
causados por esgotos domésticos ou pelas indústrias que poluem os cursos d’água
da bacia hidrográfica. A urbanização e a industrialização causaram grandes
impactos ambientais no Pantanal, podemos citar, por exemplo, a construção de
hidrovias (Paraguai-Paraná), aeroportos, e rodovias.
O turismo também é uma atividade econômica apontado como um dos
mais importantes fatores dos danos e impactos ambientais, como por exemplo, a
necessidade de construção de estradas. No pantanal o ecoturismo mal planejado,
- aquele que apenas busca lucros, sem responsabilidade social ou consciência
ecológica -, participa como um fator de impacto ambiental de extrema
importante.
Exercícios
Assinale as alternativas corretas:
1) A vegetação da Caatinga (sem folhas) é uma adaptação devido:
a) A riqueza biológica
b) Aos solos áridos
c) Proteção contra a escassez de água.
d) Aos rios intermitentes
2) São apontados como um dos grandes responsáveis pela depredação
do ecossistema da Caatinga:
a) O assoreamento dos rios
b) A monocultura da cana-de-açúcar.
c) As águas do rio São Francisco
d) Os proprietários de grandes áreas de
terra - os latifundiários.
3) Os ecossistemas encontrados na região do Pantanal são:
a) Cerrados e cerradões.
b) Ecossistemas terrestres, aquáticos e semi-aquáticos.
c) Campos limpos e campos sujos.
d) Planícies de baixa, média e alta inundação.
4) O turismo e o ecoturismo são apontados como uma das atividades
que contribui para os impactos diretos sobre o Pantanal. Isto se deve ao fato
de:
a) Não haver um planejamento responsável.
b) Da existência das comunidades indígenas.
c) Haver uma produtividade biológica.
d) Ter havido um crescimento populacional.
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