domingo, 11 de dezembro de 2016

Podemos recriar a natureza


Podemos recriar a natureza
Dentre as substâncias que existem nas células, uma delas é especial, porque permite a continuidade da vida: o DNA. Esta é a sigla em inglês para o ácido desoxirribonucleico.
O DNA é uma substância muito complexa: sua molécula tem milhões de átomos dispostos em uma ordem precisamente determinada. O DNA possui um código químico – o código genético – que informa à célula como ela deve funcionar e como suas substâncias devem ser produzidas. Ele é o principal constituinte dos cromossomos, existentes no interior dos núcleos das células.
Boa parte das características de cada ser vivo estão determinadas no código genético. É ele que transmite aos filhos as características dos pais. Não é por acaso que uma pessoa nasce com cabelo liso e castanho, ou com olhos verdes, ou com a pele clara. Tudo isso está “programado” no código genético. Até mesmo a predisposição para certas doenças - como hipertensão, câncer, infarto e distúrbios mentais_ é determinada geneticamente.
Cada característica do organismo está “escrita” em uma parte do código genético denominada gene. Assim, há um gene para cor de cabelo, outro para tipo de cabelo e outro pra cor de olhos. Fisicamente, o gene é um pedaço do cromossomo. Podemos, portanto, descrever o cromossomo como uma estrutura da célula formada por uma sequência de genes. No interior das células humanas - excluídas as células sexuais - existem 46 cromossomos, onde se encontram aproximadamente cem mil genes.
Atualmente, já é possível manipular o código genético, passando genes de um ser vivo para outro, criando novos genes ou alterando os genes já existentes. Tanto que já é possível dotar vegetais de resistência contra pragas e criar variedades de tomates que amadurecem mais lentamente e não se estragam com tanta facilidade depois de colhidos. Também se produziram bactérias capazes de fabricar importantes medicamentos.


A manipulação da genética nos seres humanos pode ser por meio de eliminar doenças hereditárias – como mongolismo, diabetes, e hemofilia – que sempre afligiram a humanidade. Essas doenças são causadas por defeitos nos cromossomos.
Entretanto, há graves riscos na manipulação genética. Poderiam ser criados, por erro ou má intenção, vírus e bactérias causadoras de doenças incuráveis; ou então animais que alterassem o equilíbrio ecológico natural. No caso do ser humano, a tecnologia genética pode ser aplicada para discriminar as pessoas. As empresas poderiam não empregar pessoas com inclinação ao alcoolismo ou outras doenças. Os pais poderiam escolher as características físicas de seus futuros filhos, “programando-os” de acordo com seus caprichos. E o mas grave: governos e grandes empresas poderiam produzir seres humanos em laboratório, com grande força física, por exemplo, mas com inteligência extremamente limitada e facilmente controláveis.
O texto discorre sobre com é possível recriar a natureza, controlando o código genético dos seres vivos. Mas essa possibilidade tem profundas implicações morais. Vamos refletir um pouco sobre essa questão, procurando determinar como a sociedade pode controlar o uso dos conhecimentos sobre o código genético.

Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas




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