sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Por que não devemos tomar leite cru?

Por que não devemos tomar leite cru?
O leite é um líquido nutritivo de cor branca, produzido pelas células secretoras das glândulas mamárias das fêmeas do mamíferos, incluindo neste também os monotremados.
O chamado colostro é produzido dias antes e depois do parto e é usado na alimentação do filhote no pós-parto. Neste tipo de leite existe uma grande quantidade de imuniglobulinas e que em algumas espécies não conseguem passar através da placenta para o filhote, ficando então o colostro da mãe o responsável de transmitir para o filhote funções importantes de imunidade e proteção contra algumas doenças e enfermidades, funcionando assim como uma vacina.


É papel também do colostro limpar o trato digestido dos filhotes dos mamíferos de alguns resíduos, ajudando o intestino amadurecer e funcionar de maneira correta, além de prevenir contra o aparecimento de alergias, infecções e diarreias e na manutenção e formação de bactérias benéficas ao trato digestivo.
Com o passar dos primeiros 15 dias o colostro vai gradativamente passando para oque chamamos de leite, contendo todas as suas características.
O leite então tem como principal função alimentar os filhotes dos mamíferos até que sejam capazes de digerir outros alimentos. Este passa a ser então o único alimento ingerido pelos filhotes, desde o nascimento até o desmame.
E neste contexto temos o homem, um dos poucos maníferos adultos desmamado que toma o leite de outra espécie. O aumento do consumo de leite animal por humanos cresceu bastante após o surgimento da agricultura e a domesticação dos animais, principalmente os bovinos e os caprinos. Os então caçadores-coletores passaram a consumir o leite destes animais a fim de receber carboidratos, revigorando-os para uma nova jornada de caçadas e coletas de alimentos e esse hábito se espalhou pelos povos euro-asiáticos da época.
Hoje o leite de bovinos, caprinos e bubalinos são os mais consumidos em todo mundo, mas também produzem leite destinado ao consumo humano as ovelhas, o iaque, o camelo, alguns cervos como a rena, os equídeos, a lhama e a alpaca.
O leite é composto de muitos nutrientes, especialmente devido a sua composição proteica e mineral. Com relação as suas propriedades, o leite contém vitamina B12, magnésio, fósforo, potássio, biotina e, sendo o leite integral, vitaminas A e D. Apresentam também a melhor fonte de cálcio dietético, beneficiando a saúde óssea e dos dentes principalmente de crianças e idosos. Lembrando também que o leite apresenta uma quantidade de gordura considerada, no leite cru varia, entre 3,5 e 5,3%, já no leite industrializado pode ter de 0-0,5% de gordura no desnatado, de 0,6-2,9% de gordura no semidesnatado e pelo menos 3% de gordura no integral.
Os ácidos graxos presentes no leite são os saturados e mesmo assim muitas pesquisas mostram que o consumo de produtos lácteos ricos em gordura, não aumenta os riscos de doenças cardiovasculares e de obesidade, pelo contrário, pode até reduzi-los, mas é claro dentro de uma alimentação equilibrada.
Contudo assim o leite se apresenta com um adequado equilíbrio de macro e micronutrientes, satisfazendo todas as necessidades nutricionais dos recém-nascidos nos primeiros meses de vida.
Algumas pesquisas científicas apontaram o consumo do leite como um dos pilares da boa alimentação. Em contra partida, tempos depois, parte da comunidade científica passou a recomendar aos adultos que excluíssem o leite da sua dieta. Visto que o leite passa a não ser indicado, a uma parcela da população que sofre de intolerância à lactose, deficiência de galactoquinase, alergia à proteína do leite ou a pessoas que desenvolvam uma quantidade maior de muco quando consomem o alimento. Quem tem intolerância à lactose por exemplo, pode apresentar problemas gastrointestinais como flatulência, diarreia e indigestão. Já quem é alérgico à proteína apresenta uma reação alérgica.
O principal problema é quando o leite está sendo ingerido de forma errada, ou de uma forma que foi ensinada errada. Antigamente e até hoje em dia ainda é comum em algumas propriedades leiteiras servir-se do leite ainda quente pelo calor do corpo da vaca, tirado direto em um copo e ingerido ali mesmo de forma cru. Por trás de tantas lembranças e de bons tempos passados, existem riscos associados a microrganismos patogênicos e sérias intoxicações alimentares.
O leite cru é aquele que permanece in natura, sem passar por nenhum processo térmico de pasteurização para que haja uma redução de bactérias patógenas como a Salmonella, E. Coli, Campylobacter e Listeria e seu consumo pode ocasionar infecções e intoxicações alimentares, sobretudo em crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade.
No Brasil a venda de leite sem nenhum tratamento específico de eliminação dos patógenos é proibida, mas a falta de fiscalização não consegue controlar a prática e podemos encontrar até mesmo a venda de leite cru pela internet.
Além de bactérias e vírus como o da hepatite A, que podem ser transmitidos pelo consumo do leite cru, incluem-se também a tuberculose, a brucelose, a listeriose e a toxoplasmose, onde algumas são zoonoses¹ de grande importância econômica e de saúde pública.
Isso mostra que ferver o leite antes de consumi-lo reduz bastante o risco de contaminação, mas não assegura a total eliminação dos patógenos causadores das doenças.
Para que haja uma fervura mais adequada e próxima dos padrões exigidos, o ideal é que todo o processo térmico envolve o controle do tempo e a temperatura, além das condições iniciais do produto, nesse caso o ideal não é desligar o fogo imediatamente após a fervura e sim esperar para que o leite então ferva e cozinhe um pouco, garantindo que alguns patógenos resistentes sejam eliminados, e para facilitar o processo é indicado ferver o leite em banho-maria evitando assim que ele suba e esparrame.

1- Zoonoses - Doenças que podem ser transmitidas de animais para o homem e ou do homem para os animais (e que muitas vezes o criador nem sabe que seus animais podem estar contaminados, haja vista que existe um tempo de incubação para cada tipo de doença).


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas


quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Escorpião

Escorpião
Ao contrário do que muitos pensam, os escorpiões não são insetos e sim um invertebrado artrópode, com patas formadas por vários segmentos e é enquadrado na classe dos aracnídeos.
Pertencente a ordem Scorpiones que reúne cerca de 2.000 espécies de escorpiões. São animais geralmente discretos e noturnos, escondendo-se durante o dia sob restos de entulhos, lixos acumulados, troncos e cascas de árvores.
No Brasil existem cerca de 140 espécies. Seu tempo de vida parece situar-se entre 4 a 25 anos, sendo o de 25 anos o tempo de vida máximo já registrado para a espécie H. arizonensis. Suportam uma temperatura entre 20°C e 37°C, mas sobrevivem bem em temperaturas de 0°C a 56°C. Possuem condições adaptadas para viver no clima do deserto, suportam muito bem a sua alta temperatura diária que fica na ordem dos 40°C.
Os escorpiões são carnívoros e têm geralmente hábitos de sair de noite, quando caçam e se reproduzem. Detectam suas presas por vibrações no ar, no solo e sinais químicos, todos detectados por sensíveis pelos distribuídos principalmente nas suas pinças e patas. Sua alimentação é baseada principalmente em insetos e aranhas, mas podem se alimentar de outros escorpiões (o canibalismo é uma prática comum entre todos os aracnídeos).


Normalmente usam seu veneno para imobilizar a presa, que também serve para pré digerir os órgãos internos e vísceras da mesma. Como acontece com as aranhas, eles não conseguem ingerir material sólido, portanto sugam todo o líquido da presa deixando o seu exoesqueleto.
Os escorpiões têm com inimigos naturais e predadores, as aves, alguns répteis como cobras e alguns lagartos, aranhas e até algumas formigas. Na cadeia alimentar, os escorpiões são ótimos controladores de insetos, como grilos e gafanhotos e até alguns aracnídeos, como as aranhas.
Em sua grande maioria, a reprodução é sexuada e exige os gametas masculinos e femininos, porém em algumas espécies a reprodução monóica (partenogênese) se faz presente. Neste processo não exige a presença de machos e mesmo assim os óvulos não fecundados dão origem a embriões vivos.
Na reprodução sexuada ocorre a dança nupcial, onde o macho primeiro limpa o chão com seus pentes e ali deposita o espermatóforo, uma espécie de bolsa cheia de espermatozóides e em seguida ele arrasta a fêmea para cima desta bolsa para que ela receba os espermatozóides.
Existem algumas espécies de escorpiões que são vivíparas, ou seja, que se desenvolve dentro do corpo da fêmea em uma placenta, mas a grande maioria é ovovípara, que se desenvolve em um ovo dentro do corpo da fêmea e que durante o nascimento, eclóde internamente.
O tempo de gestação varia de 2 meses até 2 anos e podem nascer de 6 até 90 filhotes, mas tudo depende da temperatura, alimentação da fêmea e da espécie. Os filhotes nascem completamente brancos e permanecem aderidos ao dorso da mãe por mais ou menos 15 dias, até completarem a primeira muda e assim já podem buscar sozinhos seu próprio alimento.

Filhotes aderidos ao dorso da mãe

Característico dos escorpiões é sua cauda estrutura cilíndrica contendo um espinho na ponta, o ferrão e duas glândulas de veneno. O veneno de todos os escorpiões possuem efeito neurotóxico, agindo no sistema nervoso.
Sua picada é muito dolorosa e provoca dor intensa em forma de pontadas no local da picada e se dissipa por todo corpo. Em crianças, idosos e pessoas debilitadas, se não for socorrido a tempo a picada pode ser fatal, fazendo com que a vítima morra por parada respiratória.
O tratamento contra a picada do escorpião é primeiramente um anestésico para o alívio da dor e soro antiescorpiônico (obtido através de escorpiões vivos). Todo o tratamento deve ser hospitalar, de preferência com a apresentação do escorpião para facilitar o diagnóstico e o tratamento.
O Tityus serrulatus (Escorpião Amarelo) é a espécie encontrada com maior frequência, o detalhe é que esse escorpião por natureza ataca o homem ao se sentir ameaçado. No Brasil está presente em praticamente todas as regiões e nos últimos anos vem sendo encontrado com facilidade e maior frequência dentro das residências. Por ser uma espécie muito agressiva, pode levar ao desaparecimento de outras espécies de escorpiões devido à competição.

Tityus serrulatus

A recomendação é manter os quintais limpos e livres de restos de construção como entulhos, tijolos, telhas e tábuas, também deve ser observado os locais onde é feito o armazenamento do lixo doméstico até um destino final, pois este atrai insetos que servem de alimento para os escorpiões, deve-se fazer constantemente a poda de gramados e jardins, limpando as folhas e cascas de árvores a fim de que sirvam como abrigos para escorpiões.

Classificação científica do Tityus serrulatus (Escorpião Amarelo). Principal espécie encontrada no Brasil:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Ordem: Scorpiones
Família: Buthidae
Gênero: Tityus
Espécie: T. serrulatus


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas

Baunilha

Baunilha
A Vanilla é um gênero de plantas trepadeiras pertencentes à família das orquídeas. É encontrada em florestas tropicais, com cerca de 109 espécies. De seus frutos se extrai a especiaria comercialmente conhecida como baunilha.
Originária do México, a baunilha é extraída das favas ou bainhas da orquídea que cresce em várias regiões tropicais, inclusive no Brasil e é cultivada na região do Cerrado. A baunilha é uma orquídea que se fixa no tronco de árvores para sobreviver.
A planta é de fácil propagação, se o caule se partir, os pedaços que caem no solo criam raízes facilmente, quer na natureza quer em cultivo.


 Flor da Baunilha


Bainhas verdes


Bainhas secas com as sementes de Baunilha

Existem dois tipos principais de baunilha utilizados na alimentação: a Bourbon (de aroma mais forte) e a Taiti (de aroma mais floral), mais utilizada pelos chefs. É no interior das favas secas estão as sementes de baunilha, que dão à especiaria seu perfume característico, dentre essas existem outras menos conhecidas.

Classificação científica da Baunilha:
Reino: Plantae
Filo: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Gênero: Vanilla
Espécie: Vanilla planifolia (Existem muitas outras espécies)


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Curicaca

Curicaca
Ave da família Threskiornithidae, Theristicus caudatus, caracterizada pelo colorido pardo-cinzento, com as asas quase brancas, pescoço branco-amarelado, peito e vértice pardo-castanhos. A garganta é nua, preta, bem como na zona ao redor dos olhos, o bico, longo e curvo, é preto na base e verde na ponta.


O macho costuma ser ligeiramente um pouco maior que a fêmea, atingindo 69 cm de comprimento e cerca de 143 cm de envergadura.
Alimenta-se durante quase o dia todo e também ao pôr-do-sol. Tem alimentação variada, composta por artrópodes, como centopeias, aranhas, insetos adultos e larvas, entre outros invertebrados, podendo predar ainda pequenos lagartos, ratos, caramujos, anfíbios e pequenas serpentes, e até mesmo aves menores. Seu bico, longo e curvo, é adaptado para extrair larvas de besouros e outros insetos da terra fofa. É um dos poucos predadores que não se incomodam com as toxinas liberadas pelo sapo (Bufo granulosus), por isso este anfíbio pode fazer parte de sua dieta.


Durante a época de reprodução, costuma pôr entre dois a quatro ovos, em ninhos de gravetos nas árvores ou mesmo grandes rochas nos campos. Os ninhos formam colônias numerosas durante o período de reprodução. Habita campos secos, alagados e pastagens.
Costuma viver em bandos pequenos ou solitária, procurando alimento em campos de gramíneas ou em alagados. É diurna e crepuscular. Anda em pequenos grupos, que à noite se empoleiram nas árvores. Gosta de planar a grandes altitudes.
Presente em grande parte do Brasil onde haja vegetação aberta e lagoas, campos em solos pantanosos ou periodicamente alagados, como na Ilha de Marajó (Pará), Pantanal e Ceará. Encontrada também no Paraguai, norte de Argentina, norte de Uruguai e em parte da Bolívia. No Brasil ocorre com maior regularidade nas regiões sudeste e sul.


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas


terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Jararaca

Jararaca
A serpente à qual esse nome cabe em rigor é Bothrops jararaca; contudo é aplicado também a duas outras formas aliadas (B. atrox e B. jararacussu, às quais, aliás, também se confere às vezes apenas a categoria de subespécies), que o povo costuma distinguir como “jararacuçu”.
É uma espécie endêmica do sul Brasil, Paraguai e norte da Argentina. A espécie prefere florestas tropicais e savana país, assim como semitropical florestas de montanha e áreas de terras agrícolas, com cobertura vegetal próxima. São predadores de aves e pequenos mamíferos, também são de extrema importância na cadeia alimentar, atuando no controle desordenado espécies invasoras como as de roedores. É considerada a cobra venenosa mais conhecida nas áreas ricas e densamente povoadas da região sudeste do Brasil.

(B. jararaca)

(B. jararacussu)

O caráter anatômico, seguro, para distinguir a jararaca dos outros viperídeos, consiste em verificar se a segunda escama labial superior forma a margem anterior da covinha oral; nas demais espécies há nesse ponto, interposição de outras escamas pequenas. A cor geral é variável: verde-oliva escura, parda ou mesmo amarelada. O desenho consiste é triângulos ou arcos escuros, margeados de amarelo, com o vértice atingindo o fio das costas. A cabeça é irregularmente desenhada. A dimensão máxima atingida por B. Jararaca é de 1,5 metro. B. atrox, a “caiçara”, distingui-se pelo tom pardo avermelhado ou cinzento, de aspecto aveludado, e a cabeça não tem desenho distinto. A forma B. Jararacussu atinge 2,2 metros de comprimento, e o número de escamas subventrais é de apenas de 170 a 176 (sendo de 195 a 200 nas formas precedentes), e o colorido geral é muito sombrio, destacando-se por isso mais francamente no desenho amarelo, em linhas mais oblíquas. Dessa variedade o Dr. Vital Brazil extraiu até 1,3 cm³ de veneno, quando as outras espécies do gênero fornecem apenas 0,5 cm³. Iguala assim a quantidade de veneno com a cascavel. Observam-se no homem os seguintes fenômenos, em consequência de um acidente grave: a princípio, dores locais e, meia hora depois, náuseas, perturbação visual, sonolência e hemorragia pelo nariz e pelos ouvidos. Aplicando a esse tempo soro antibotrópico ou antiofídico, a cura é rápida. Do contrário a morte sobrevêm em espaço mais ou meno breve, conforme a quantidade de veneno injetado.


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas





Coró-Coró

Coró-Coró
Na Amazônia tem esse nome onomatopéico a ave Phimosus infuscatus, que no Brasil meridional é um dos vários “tapicurus”. Erroneamente, aplicam-lhe também o nome “carão”. Seu colorido é bruno-denegrido, com reflexos verdes e roxos. A cara é encarnada, e o bico de igual cor, mais clara.
A mesma denominação designa a espécie aliada, Mesembrinibis cayennensis, igualmente conhecida por “tapicuru”, no sul, e por “graúna” ou “guaraúna”, da Bahia ao Ceará.
Os adultos medem em torno de 45 e 56 cm de comprimento e seu peso varia de 700 a 800 gramas. Tanto o macho quanto a fêmea são idênticos e não apresentam dimorfismo sexual. 


A alimentação é baseada em invertebrados como minhocas, insetos, crustáceos e moluscos e também de plantas aquáticas. Seus ninhos são construídos em regiões de mata alta e alagada, os filhotes são bem parecidos com os pais, mas com uma menor intensidade de brilho nas penas.


O coró-coró é visto frequentemente nas regiões de matas úmidas e escuras, com solo parcialmente alagado e densa vegetação adventícia, onde foi observado também que nidifica em grandes árvores como o Guanandi. Ao raiar o sol, deixa o ponto de seu pouso dentro da mata e sai a gritar, tanto em voo como no solo. A ave é bastante arisca, ao notar alguém nas proximidades alça voo seguido de seus gritos (K'ró-k'ró-k'ró-K'ró-k'ró-k'ró). Vocaliza bastante durante as primeiras horas do dia.
Habita várias regiões, desde o Panamá até a do Paraguai e Argentina e em quase todo o Brasil. Sendo a região sudeste, mais precisamente os Estados de São Paulo e Minas Gerais, onde são mais encontrados com frequência.


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas


sábado, 24 de dezembro de 2016

Aranha-de-jardim

Aranha-de-jardim
A aranha-de-jardim é também conhecida como aranha-da-grama ou aranha-lobo (Lycosa erythrognatha) é uma espécie de aranha que pertence a família Lycosidae.
Por serem encontradas com facilidade em áreas de pastagens e jardins, ganhou esse nome. Na região dorsal de seu abdômen apresenta um desenho semelhante a uma seta.Com cerca de 5 cm de comprimento, apresenta uma coloração que varia de marrom ao cinzento, seu ventre possui uma cor mais escura, podendo chegar ao negro, suas quelíceras com pelos de cor alaranjados ou até vermelhos.


Pode causar acidentes, em sua totalidade não são malignos e quase não representa nenhum risco a saúde do acidentado, pode haver uma dor leve no local da picada, seguida de uma sensação de queima ou leve formigamento, em casos mais graves pode haver necrose local seguida de dor intensa, nesse caso deve ser utilizada a soroterapia especifica.
São carnívoras, se alimentam se insetos, como grilos, formigas e outros, não constroem teias e caçam suas presas dando saltos e as mata injetando sua peçonha e por isso possuem um papel importante na cadeia alimentar controlando as populações destes insetos.
Veja sua classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Ordem: Araneae
Subordem: Araneomorphae
Família: Lycosidae
Gênero: Lycosa
Espécie: Lycosa erythrognatha


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Lobeira

Lobeira
Também conhecida como fruta do lobo, a lobeira (Solanum lycocarpum) é uma espécie nativa do bioma cerrado, é um pequeno arbusto de até 5 metros de altura. Pertence à família das Solanaceae, a mesma do tomate e do jiló, mas está sendo facilmente encontrada em regiões do Paraná, Rio de Janeiro e até na região norte, como no Pará e Amazonas. É muito comum também ser encontrada em áreas que sofreram alterações feitas pelo homem, como em beiras de rodovias.


Suas flores são hermafroditas de uma incrível beleza, em sua cor azul arroxeada com os estigmas amarelos. Em seus ramos, face inferior das folhas e base dos frutos são encontrados espinhos de coloração verde e marrons.
Seus frutos são redondos e variam de 13 até 20 cm de diâmetro, são de cor verde e amarela quando maduros, a polpa é carnosa e contém centenas de sementes.


Sua época de frutificação fica entre os meses de junho e janeiro e sua multiplicação torna-se mais facilitada por sementes e um fato curioso é que seus frutos fazem parte de quase 50% da dieta do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus).
Para o lobo-guará, esta fruta tem ação terapêutica e vermifuga contra o verme-gigante-dos-rins, que é frequente e fatal para o lobo.
Na alimentação de popular tradicional são usados no preparo em doces e geleias; as raízes da lobeira são usadas contra hepatite e o xarope dos frutos, contra asma, o pó branco extraído do fruto verde é também utilizado para combater diabetes e epilepsia. Os frutos verdes contêm solasodina, substância química precursora de esteroides.
Seu uso medicinal deve ser restrito e acompanhado por profissionais capacitados, pois ainda está em fase de testes.


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A riqueza ecológica dos recifes de coral

A riqueza ecológica dos recifes de coral
Os corais somente se desenvolvem em águas rasas, límpidas e quentes, condições encontradas nas regiões tropicais. Enquanto essas condições se mantêm, as gerações de corais se sucedem, crescendo sobre o esqueleto calcário das que já morreram. Deste modo, os recifes de coral crescem até formarem verdadeiras muralhas nas regiões costeiras.
Nos recifes de coral, não vivem apenas corais. A eles se associam muitas algas, que servem de alimento para outros animais. A combinação de condições ambientais favoráveis e fartura de alimento faz com que nos recifes haja uma grande diversidade de formas de vida. Os recifes são os equivalentes marinhos das florestas tropicais. Muitas espécies marinhas, inclusive peixes consumidos comercialmente, procuram o abrigo e a riqueza de vida dos recifes para se reproduzirem.
Toda riqueza biológica dos recifes vive em um equilíbrio muito delicado e dependente dos corais. Infelizmente, o esqueleto calcário dos corais é muito apreciado como ornamentação. Por isso, em toda parte os corais são arrancados, levando muitos recifes à destruição. E as interferências humanas que destroem os corais podem levar ao empobrecimento da diversidade de recifes.
A maior barreira de recifes de coral existentes na Terra encontra-se na Austrália. Trata-se da Grande Barreira de Recifes, que é composta de 2900 recifes individuais e de novecentas ilhas, estendendo-se por 2 mil quilômetros ao longo da costa do nordeste da Austrália.
Partes da Grande Barreira estão desaparecendo numa velocidade alarmante, conforme se constata por comparações fotográficas por satélite. As razões deste sumiço são o desmatamento, o aumento das lavouras de cana-de-açúcar e de pastagens e o principal vilão, o aquecimento global, pois, o dióxido de carbono em grande quantidade na atmosfera, pode levar ao branqueamento e o aparecimento de doenças nos recifes de corais.

Esses fatores fazem crescer o nível de sedimentos depositados nos rios que deságuam na região dos corais. Estes sedimentos contêm fertilizantes que favorecem o desenvolvimento de algas marinhas e outras algas. Isso impede que a luz solar chegue aos organismos formadores de corais, ou faz com que a luz chegue em menor quantidade.


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas



terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Besouro Pompom

Besouro Pompom
Este é o besouro guitarrista, viola ou pompom, é assim que ele é conhecido aqui no Brasil, pertence a espécie Compsocerus violaceus, mas para a identificação correta os tufos de pelos precisam estar no quarto segmento das antenas. Ganhou esse nome pelos “pompons” que possui nas antenas e são usados como receptores táteis e de cheiro.
Costumam aparecer durante a primavera e o verão no centro-sul do Brasil. Quando agarrado ou mantido dentro da mão fechada, ele costuma emitir um som como guinchos curtos e consecutivos, motivo pelo qual recebeu o nome de besouro-guitarrista.
É um inseto considerado praga para o meio agrícola, já que ele ataca plantações de eucaliptos, citros e pessegueiros causando perdas econômicas aos produtores.


Os adultos se alimentam das frutas e da seiva, enquanto as larvas se alimentam da madeira dos galhos e ramos das frutíferas, abrindo galerias, vindo estes posteriormente a quebrar e cair.
Em alguns estudos feitos, mostrou que o responsável por tornar essa espécie adorável em uma praga é o próprio homem. O fato de plantarmos centenas de árvores juntas em grandes áreas, formando os pomares, justamente montamos um banquete para eles, toneladas de comida e local ideal para a reprodução, tornam o ambiente propício e favorável para estes insetos se alimentarem e multiplicarem.


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas

Planárias Terrestres

Planárias Terrestres
As planárias terrestres, ao contrário do que muitos pensam, elas não são moluscos e sim platelmintos. Por ser um platelminto terrestre, são comumente confundidas com lesmas, quando na verdade nem possuem parentesco.
Formam um grupo bastante diversificado com quase 1.000 espécies; ecologicamente são importantes vermes de vida livre (não-parasitas) e possuem um forte parentesco com as planárias de água doce.


Esses animais são encontrados com facilidade em regiões de solo úmido como a nossa Mata Atlântica, seu tamanho pode variar ente 1 e 60 centímetros de comprimento. São predadores vorazes, incluem em seu cardápio, minhocas, lesmas e insetos variados, sendo assim uma boa aliada no controle de pragas, caçam imobilizando e envolvendo a presa em seu muco viscoso, assim a presa é levada para a boca que fica na parte ventral do animal.
O fato curioso é que em algumas regiões, essa espécie se torna exótica e pode representar uma ameaça a ecossistemas nativos e causar danos ecológicos, como é o caso de uma região do Reino Unido. Este animal foi introduzido de forma acidental pelo homem, pegando carona em navios que saiam de algumas regiões como a Nova Zelândia em direção ao Reino Unido, causando assim um impacto ambiental, pois, esse animal está devorando ferozmente as minhocas nativas daquela região.


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas

 

Os celenterados estão ameaçados de morte

Os celenterados estão ameaçados de morte
Quando as correntes e as marés jogam na praia águas-vivas e caravelas, os banhistas incautos podem sofres um desagradável susto. É que os tentáculos desses animais produzem uma substância urticante se esbarrarem na pele do banhista. A penetração dessa substância em nossa pele pode provocar queimaduras, quando ocorre em grande concentração, ou, no mínimo, uma desagradável sensação de coceira. Também podem surgir dores de cabeça e até desmaios.
Mas a ameaça que os celenterados nos representa não é nada perto do perigo que representamos para esses belos animais. A maioria dos celenterados é sensível a poluição, sofrendo profundamente com o esgoto que lançamos no litoral e com o petróleo derramado no mar. Esses animais necessitam de água límpida para viverem e simplesmente desaparecem quando obras de desvios de rios, de drenagem ou de construção de portos levam mais sedimentos para o mar, tornando turva sua água.


Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas 

domingo, 18 de dezembro de 2016

Os Celenterados

Os Celenterados
A grande variedade de espécies que integra esse filo é aquática, sem exceção, sendo que a maioria vive no mar. Apesar das diferenças de aspecto e manifestações de vida, os celenterados possuem características comuns; entre elas, destaca-se o fato de sempre se apresentarem sob a forma de medusas e pólipos.
Há celenterados que existem exclusivamente na forma de pólipo. É o caso da hidra de água doce, da Anêmona-do-mar e dos corais. A maioria contudo existe nas duas formas de vida, sendo que em algumas espécies predomina o pólipo, e em outras a medusa. A água-viva é um exemplo de animal no qual há predominância da forma medusa.
Águas-vivas, anêmonas-do-mar e hidras vivem isoladas. Corais e caravelas formam colônias, ou seja, vários indivíduos de uma mesma espécie vivem juntos. Os conhecidos recifes de coral são formados pela união de milhares de esqueletos de corais.
As medusas são formas móveis de celenterados. Têm o aspecto de um guarda-chuva aberto e se deslocam livremente pelas águas. Já os pólipos são formas fixas, em geral presas a rochas. Seu corpo tem o formato de um saco vazio, fixo pela base.
A água-viva é uma medusa típica: tem corpo gelatinoso transparente e com manchas coloridas. A boca está situada na parte inferior, ladeada por tentáculos.


A anêmona-do-mar é um pólipo típico: corpo em forma de saco vazio, fixo pela base. A outra extremidade do saco é livre e apresenta uma abertura – a boca - ladeada por tentáculos.

Estrutura e funções vitais
A estrutura corporal é a mesma para pólipos e medusas. Ambos possuem a parede do corpo formada por duas camadas de células justapostas, entre as quais há uma massa gelatinosa denominada mesogléia.
Todos os celenterados têm, na camada celular externa, células denominadas cnidoblastos, que produzem um líquido capaz de provocar queimaduras nos seres por ele atingidos. É o que por vezes acontece com banhistas que tocam as águas-vivas.
A parede do corpo envolve uma região denominada cavidade gastrovascular. Esta é a cavidade digestiva que se comunica com o meio externo através da boca.


Uma vez capturado, o alimento é levado à boca pelos tentáculos. Daí, passa à cavidade gastrovascular, onde é parcialmente digerido. Em seguida, é absorvida pelas células da camada interna, que completam a digestão. Os restos da digestão são lançados no meio externo pela própria boca.
O oxigênio é trazido pela água e se difunde entre as células. O gás carbônico e os restos das atividades celulares são eliminados pela parede do corpo.

Reprodução
Assim como nos poríferos, a reprodução dos celenterados também pode ser assexuada (só entre pólipos) e sexuada (em pólipos e medusas).
A reprodução assexuada ocorre em ocasiões nas quais o animal está se alimentando, e se faz por brotamento. O processo é o mesmo que se observa nos poríferos: há a formação de um pequeno broto, que cresce, exibe tentáculos e depois se destaca, passando a constituir um novo ser, independente.
As espécies que fazem reprodução sexuada exibem o ovário e testículos, os órgãos sexuais feminino e masculino, respectivamente. O testículo fabrica os espermatozoides e apenas um destes fecunda o óvulo, produzido no ovário. Da fecundação, origina-se o ovo, do qual nascerá um novo animal, após cerca de 17 dias.

Metagênese
Metagênese ou alternância de gerações é o processo em que um indivíduo se reproduz sexuadamente numa fase da vida e assexuadamente na seguinte.”
A metagênese é comum entre os celenterados. Um exemplo é a obélia, este animal tem a forma de um musgo e vive nas águas rasas, fixo em rochas, conchas e estacas. Trata-se de um ser colonial, de aspecto esbranquiçado, que se fixa por uma base que funciona como uma espécie de raiz.
Da base, partem “caules” ramificados, aos quais se prendem dois tipos de pólipos: os nutritivos, encarregados de conseguir alimento, e os que se destinam à reprodução.
A fase de vida mais desenvolvida nesse animal é o pólipo, que se reproduz assexuadamente. A fase transitória consiste de pequenas medusas cuja reprodução é sexuada.

Na obélia os pólipos reprodutivos produzem, assexuadamente, medusas. Estas são sexuadas. A medusa macho lança os espermatozoides na água, onde a fêmea lançou os óvulos. Do ovo formado desenvolve-se a plânula, uma larva que se fixa e forma um pequeno pólipo. Este é o início de uma nova colônia.



Por: Nilton Zanesco
Graduado em Ciências Biológicas