Classificando os seres vivos
Nosso
planeta é habitado por um grande número de seres vivos. Dentre os
quais conhecemos cerca de 1,3 milhão de espécies! É uma quantidade
enorme. Estudá-las é uma tarefa que só se torna possível se as
espécies forem agrupadas.
Para
agrupar os seres vivos, consideram-se as semelhanças e diferenças
que eles apresentam entre si. Esta tarefa de classificação começa
com a escolha de um certo número de características a partir das
quais a gruparemos os seres vivos mais semelhantes.
Graças
à escolha de critérios adequados, conseguimos classificar esses
animais em cinco grandes grupos. De cada grupo, fazem parte animais
muito semelhantes entre si.
Se,
por um lado, os animais de cada grupo apresentam características
comuns, por outro lado notam-se diferenças significativas entre
eles. Essas diferenças nos permitem concluir que cada um desses
animais representa uma unidade individual dentro de um grupo de que
se faz parte. É a essa unidade que damos o nome de espécie.
Espécie é o conjunto de seres
semelhantes que podem cruzar entre si, produzindo descendentes
férteis.
Em
1735, Carlos Lineu propôs um sistema de classificação para os
seres vivos, partindo dessa conceituação de espécie. O sistema
proposto por ele foi mais tarde aperfeiçoado por outros
naturalistas.
Esse
sistema de classificação reúne espécies em grupos cada vez
maiores e mais abrangentes. Cada um desse grupos representa um nível
de classificação, que permite determinar a localização de cada
espécie. Um sistema equivalente a este é o sistema de endereçamento
usado pelos correios para localizar o destinatário de
correspondência.
Imagine
um destinatário que morre em um apartamento qualquer. Esse
apartamento faz parte de um grupo maior, um nível de classificação
mais abrangente: o prédio. Esse prédio localiza-se em uma rua, que
faz parte de um bairro. O bairro é apenas um dentre os que
constituem a cidade. A cidade pertence a um estado, e o estado é uma
parte de um país. Para que uma correspondência vinda do exterior
chegue ao destinatário, deve-se escrever no envelope a
“classificação” completa, considerando todos os níveis: país,
estado, cidade, bairro, rua, número e apartamento.
Para
classificar as espécies, usamos sete níveis de classificação, em
ordem decrescente de grandeza.
REINO
– FILO – CLASSE – ORDEM – FAMÍLIA – GÊNERO – ESPÉCIE
Duas
ou mais espécies
semelhantes formam um
gênero;
gêneros semelhantes
agrupam-se em uma família;
duas ou mais famílias semelhantes constituem uma ordem;
as ordens semelhantes agrupam-se em classes;
duas ou mais classes semelhantes formam um filo.
O conjunto de filos chama-se reino.
Por
meio da classificação, podemos conhecer particularidades sobre os
seres que estamos estudando. No caso do homem, por exemplo, o fato de
ele ser mamífero significa que possui glândulas mamarias; ser
primata revela a existência de quatro extremidades, com cinco dedos
e unhas em cada uma. A classificação como hominídeo informa que
seu cérebro tem grande capacidade de funcionamento e seus cabelos
têm crescimento contínuo; o gênero homo
e a espécie sapiens
significam que o homem é
um animal que anda ereto sobre dois pés, tem costumes terrestres,
vive em comunidades e nutre-se quase sempre de alimentos cozidos.
A
classificação também é útil para estabelecer o nível de
parentesco entre os diferentes seres vivos. Um canário, por exemplo,
pertence ao mesmo reino e ao mesmo filo que o homem. Mas difere já
quanto à classe: o canário pertence à das aves enquanto o homem
pertence à dos mamíferos. O grau de parentesco entre o homem e o
gorila é maior: ambos pertencem ao mesmo reino, filo, classe e
ordem, diferindo apenas no nível da família.
Os
nomes dos seres vivos
O
fato de os povos falarem línguas e dialetos diferentes tornou
necessária a criação de um sistema universal para dar nome aos
seres vivos. As regras básicas deste sistema foram estabelecidas por
Carlos Lineu. Veja como elas se aplicam nos nomes científicos da
espécie abaixo:
Regras
de nomenclatura:
*Todo
nome científico é escrito em latim.
*O
nome científico tem duas partes: a primeira é o nome do gênero, e
a segunda, o nome da espécie.
*O
nome do gênero deve ser escrito com a letra inicial maiúscula e o
da espécie com inicial minúscula.
*
O nome científico deve ser sublinhado ou escrito com letras
diferentes das normalmente usadas no texto.
*Quando
um mesmo gênero possui mais de uma espécie, estas podem ser
indicadas colocando-se à frente do nome do gênero as letras sp.
Como exemplo, o cão e o lobo são espécies diferentes do gênero
Canis.
E para nos referir ao gênero como um todo, escrevemos Canis
sp.
Por:
Nilton Zanesco
Graduado
em Ciências Biológicas
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